terça-feira, 1 de março de 2016

Alforge

Carrego no meu alforge de andarilho

os gritos do mundo,
dos meninos de rua
e dos vagabundos.
Carrego o desespero 
dos ratos
mais que dos gatos.
Os gritos dos perdidos
e desesperançados.
Na noite, sem lua, acordo
e vejo o brilho
das palavras sem rima,
o reflexo da lágrimas
sem lenços e sem lençóis.

Vago no trilho infinito,
e, nesse andar,
esqueço
os meus próprios gritos 
e envelheço.

Jorge Lenzi 
(poeta juizforano)