sábado, 12 de novembro de 2016



Quando malquisto da fortuna e do homem,
Comigo a sós lamento o meu estado
E lanço aos céus os ais que me consomem,
E olhando para mim maldigo o fado;

Vendo outro ser mais rico de esperança,
Invejando o seu porte e seus amigos;
Se invejo de um a arte,outro a bonança,
Descontente dos sonhos mais antigos;

Se,desprezado e cheio de amargura,
Penso um momento em vós,logo,feliz,
Como a ave que abre as asas para a altura,

Esqueço a lama que o meu ser maldiz:
Pois tão doce é lembrar o que valeis
Que está sorte eu não troco nem com reis.